Magia negra e magia branca são termos imprecisos.
Numa abordagem rasteira ao nível do
lugar-comum, chama-se magia negra à magia que os outros fazem, e
magia branca à magia que nós fazemos.
Ou numa outra versão, magia branca é
aquela que é feita para propósitos socialmente aceites e magia negra
é feita para propósitos socialmente condenáveis.
Outra linha divisória entre magia
branca e magia negra tem a ver com a moralização no “fazer mal”
e “não fazer mal”... sabendo todos que esta pretensa divisão
se desfaz quando percebemos que o mal de uns é o bem de outros...
Depois há a divisão cromática: o
negro é o mau e o branco é o bom.
Esta pretensa divisão entre magia
negra e magia branca, na realidade é apenas mais herança racista de
um tempo em que o etnocentrismo europeu classificava como “certo”
aquilo que tinha a ver com a cultura europeia, e “errado” tudo o
que tinha a ver com a cultura de outros povos, sobretudo dos povos
africanos.
Há uns anos, li num de ficção do
escritor Paulo Lins chamado “Desde que o Samba é Samba” uma
definição que continuo a achar muito interessante: “Magia Negra é
a bunda da minha mulher!”
Para terminar a minha ideia, e uma vez
que as reflexões se constroem com ideias, acho que não há magia
negra nem magia branca. Há apenas Magia. E Bons e maus são os
resultados. O que é determinante aqui é ética de quem a pratica, e
atenção digo de quem a pratica, e não de quem a encomenda e paga,
porque se contássemos com a ética dos clientes, há muito que já só
fazíamos amarrações e desmanchos!
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