quinta-feira, 11 de março de 2021

O erro da auto-ajuda


Aqui há uns anos, um advogado velho, daqueles muito bons em tribunal, consultou-me sobre um desfecho de um processo de herança em que era ele mesmo uma das partes envolvidas. Disse-me que tinha contratado um advogado para defender os seus interesses. Espanatei-me e perguntei-lhe porque é que sendo ele advogado, não defendia ele a causa em tribunal? Ao que me respondeu prontamente: "o advogado que se defende a ele mesmo, tem um imbecil como cliente!!!"

Aprendi com a resposta.

É por isso que não corto o meu proprio cabelo. E é pela mesma razão que não uso comigo mesmo oraculos enquanto leitor: porque as minhas limitações de proximidade me impossibilitam.

Posso trabalhar espiritualmente e ler oraculos para uma pessoa completamente desconhecida, mas não o posso fazer para mim mesmo. Quando preciso, recorro a outros profissionais qie deitam as cartas, ou buzios ou as pedras africanas para mim. 
Para fazer uma boa leitura é preciso distanciamento. É preciso que quem lê, esteja suficientemente afastado do ponto de vista emocional de quem está a consultar. Caso contrário a leitura nâo é válida.

Da mesma forma que fazer trabalhos espirituais a si mesmo é algo que nunca resulta bem, pelo menos na sua plenitude.

Quando que leio por aí "receitas" de simpatias, trabalhos espirituais e bruxarias para serem feitas como auto-ajuda, tenho sempre a sensação que as pessoas estão a ser enganadas. Discordo desta ideia da auto-ajuda espiritual e da magia de fazer em casa, porque acho que não é sério, para alem de incompletas na maioria das vezes, induzem sempre em erro e quase sempre atrasam a resolução de problemas.

Entendo que muitas das vezes, estamos no plano da magia como entretenimento. 
Para a adolescente, que deixou de se interessar pela barbie no ano passado, por no mel o nome do rapazinho por quem se apaixonou tal como uma amiga lhe sugeriu que o fizesse, pode ser um passatempo agradavel entre dois refregirantes. Mas a magia é algo muito muito muito mais sério.

Numa situação em que acham que a ajuda que precisam está no plano esotérico, não arrisquem nem inventem, procurem ajuda profissional.

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