segunda-feira, 23 de março de 2020

Magia Negra e Magia Branca


Magia negra e magia branca são termos imprecisos.
Numa abordagem rasteira ao nível do lugar-comum, chama-se magia negra à magia que os outros fazem, e magia branca à magia que nós fazemos.
Ou numa outra versão, magia branca é aquela que é feita para propósitos socialmente aceites e magia negra é feita para propósitos socialmente condenáveis.
Outra linha divisória entre magia branca e magia negra tem a ver com a moralização no “fazer mal” e “não fazer mal”... sabendo todos que esta pretensa divisão se desfaz quando percebemos que o mal de uns é o bem de outros...
Depois há a divisão cromática: o negro é o mau e o branco é o bom.
Esta pretensa divisão entre magia negra e magia branca, na realidade é apenas mais herança racista de um tempo em que o etnocentrismo europeu classificava como “certo” aquilo que tinha a ver com a cultura europeia, e “errado” tudo o que tinha a ver com a cultura de outros povos, sobretudo dos povos africanos.
Há uns anos, li num de ficção do escritor Paulo Lins chamado “Desde que o Samba é Samba” uma definição que continuo a achar muito interessante: “Magia Negra é a bunda da minha mulher!”
Para terminar a minha ideia, e uma vez que as reflexões se constroem com ideias, acho que não há magia negra nem magia branca. Há apenas Magia. E Bons e maus são os resultados. O que é determinante aqui é ética de quem a pratica, e atenção digo de quem a pratica, e não de quem a encomenda e paga, porque se contássemos com a ética dos clientes, há muito que já só fazíamos amarrações e desmanchos!

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