Na casa o desapego deve seguir pela cozinha tirando da caixa aquele serviço lindo que nunca usamos e deitando fora os pratos onde comemos há anos e que na realidade nunca gostamos.
E assim deve ser no resto da casa.
Este exercido deve ser repetido periodicamente.
A prática do desapego deve ser um mantra. Para que possamos interiorizar a mudança e o crescimento dentro de nós.
O desapego tem de ser também uma pratica emocional.
Não estou a dizer para deixar de amar e de criar laços de afecto com pessoas significantes. Antes pelo contrário. Estou a fizer-vos que é preciso criar o desapego precisamente quando deixamos de amar.
Quantos relacionamentos, onde as pessoas não se amam e não se fazem felizes mas que se mantém porque as partes não conseguem praticar o desapego?
E mesmo após separações dolorosas, quantas pessoas permanecem tristes e isoladas, por tempo que se eterniza justamente porque não conseguir fazer o necessário desapego?
Desapego emocional é um nome bonito e moderno ao que de forma mais simples chamamos "esquecer".
Se a Maria enquanto viveu com o Manuel nunca foi feliz e depois de muito tentar concertar a relação, decidiu separar-se...porque é que não consegue ter uma relação estável com o José? A resposta está no desapego que falta. A Maria, não ama o Manuel, não quer estar com o Manuel, mas na realidade não consegue esquecer o Manuel....E é esta memória traumática sempre presente que a impede de viver uma relação saudável com o José.
O que fazer?
Limpar a mala. Arrumar as gavetas, dar a volta ao roupeiro, reorganizar a cozinha, a sala, a casa de banho e fazer um corte radical de cabelo.
Se nada disto resultar...
Talvez faça sentido, a Maria recorrer ao esoterismo e à magia e procurar ajuda para "esquecer".
Os trabalhos de banimento são muito eficazes nestas situações.
E você? Consegue banir da sua vida o seu passado doloroso ou carrega essa bagagem sempre consigo?