Seja a recuperação de uma doença de um familiar, seja a mudança para uma nova casa, seja um relacionamento que finalmente começa a dar certo, seja a compra de uma bicicleta ou de um telefone, sejam os cinco quilos que conseguiste perder (ou ganhar), seja um fim de semana romântico com um novo amor... Preserva-te. Guarda para ti o que de bom te acontece. Partilha as tuas coisas boas apenas com quem com quem estiver directamente envolvido.
Para quê partilhar com o mundo o que só a ti diz respeito?
Quando muita gente sabe, muita gente fala e muitas coisas são ditas. Evite as invejas na medida em que estiver ao teu alcance.
Abre a tua boca para sorrir. E deixa que os outros fiquem a pensar o que quiserem.. .
Fica bem.
Fica em paz.
A proximidade
Para poder ajudar quem nos procura é fundamental empatia. Quando nos procuram para uma consulta, para um trabalho, para um passe de limpeza, para uma harmonização, a primeira coisa que é preciso fazer, é sentir as dores, as dificuldades e os problemas da pessoa que queremos ajudar. Este primeiro passo de encontro ao outro é a base do sucesso do nosso trabalho. Sem esta proximidade não há partilha de energias e não é possível o trabalho esotérico.
O Afastamento
É preciso distância e capacidade de análise para percebermos o que quem nos procura precisa de facto. Precisamos de estarmos suficientemente afastados do ponto de vista emocional para darmos espaço aos oráculos e entidades se revelarem na sua plenitude, sem que o nosso querer, afecto ou vontade influencie as nossas práticas.
É esta necessidade de afastamento, entre outras questões, que contribui para o tabu em quase todas as tradições magicas ancestrais que dita que o curandeiro, feiticeiro, xamã ou bruxo, não trate de familiares directos.. .
O equilíbrio
Manter as distância, manter a empatia e manter o afecto. Sobretudo não julgar. Não tomar partidos. Não cair na tentação de escolher pelo outro.
Ter sempre presente o imperativo do respeito pelo outro e pela vontade do outro.
E nem sempre é fácil. Nem sempre é facil manter a empatia, o afecto e o carinho e ser capaz de manter o afastamento necessário de deixar a pessoa fazer as suas escolhas... Por exemplo, perceber que uma cliente que nos procura porque quer ajuda para por fim um relacionamento, está a cometer um erro...dizer-lhe que é um erro.. .mas mesmo assim ajudar respeitando a escolha da pessoa. Ou o contrário.. .tantas vezes o contrário.. .
A questão do equilíbrio é fundamental e não se aprende com a prática. Depois de trinta anos de cartomante, na minha opinião, é das coisas mais difíceis neste ofício de adivinhar o futuro e ajudar com magia quem nos procura.